Sérgio fez a faculdade de Psicologia buscando mais a solução dos próprios problemas do que dos problemas alheios. Ao término da faculdade acreditava não ter ainda todas as respostas que necessitava, mesmo porque surgiram novas perguntas. Buscou então na Psicanálise mais respostas e encontrou-as, junto com mais perguntas. Percebendo que teoria só o conduzia à novas teorias lançou-se à prática.
Acontecia que, após duas ou três sessões, com as informações iniciais, causa-lhe tédio ouvir a repetição das dúvidas humanas com suas limitações e Sérgio, por mais que lutasse contra, acabava caindo no sono. Esse detalhe não era empecilho para a sua profissão, pois sendo psicanalista ortodoxo, colocava sua cadeira atrás do divã onde a pessoa se deitava e depois de cinquenta minutos tocava suavemente um relógio programado anteriormente, anunciando o término da sessão e a hora de Sérgio despertar.
Às vezes, no meio da sessão, um cliente fazia uma pergunta e, não tendo resposta, virava-se, olhava para o psicanalista sentado com o queixo apoiado na mão e os olhos fechados, em posição de profunda reflexão sobre o que acabou de ouvir. Não obtendo resposta encarava o silêncio como resposta ou um convite à introspecção, pois cada profissão tem lá seus métodos, virava-se e continuava a falar até o relógio tocar, quando Sérgio, despertando, fazia algum comentário sobre o que ouvira no início da sessão, antes de dormir, e despediam-se.
Uma vez um cliente mais exaltado, não obtendo resposta e vendo Sérgio naquela posição de pensador-esfinge, perdeu a pose e saiu do consultório batendo a porta, o que fez Sérgio acordar, perder o sono mas não a oportunidade de na próxima sessão solicitar a esse cliente uma reflexão sobre como o mesmo lidava com seus impulsos e os ganhos e perdas decorrentes, fato que o ajudou consideravelmente na solução de algumas questões.
E assim segue Sérgio com sua terapia do sono. Com algumas pessoas consegue bons resultados, com outras não, mas isso acontece também com os analistas que fazem o favor de ficar acordados. O que o incomoda é que surgiram novas perguntas sem respostas, como por exemplo, o que seus clientes falam enquanto ele dorme.
Acontecia que, após duas ou três sessões, com as informações iniciais, causa-lhe tédio ouvir a repetição das dúvidas humanas com suas limitações e Sérgio, por mais que lutasse contra, acabava caindo no sono. Esse detalhe não era empecilho para a sua profissão, pois sendo psicanalista ortodoxo, colocava sua cadeira atrás do divã onde a pessoa se deitava e depois de cinquenta minutos tocava suavemente um relógio programado anteriormente, anunciando o término da sessão e a hora de Sérgio despertar.
Às vezes, no meio da sessão, um cliente fazia uma pergunta e, não tendo resposta, virava-se, olhava para o psicanalista sentado com o queixo apoiado na mão e os olhos fechados, em posição de profunda reflexão sobre o que acabou de ouvir. Não obtendo resposta encarava o silêncio como resposta ou um convite à introspecção, pois cada profissão tem lá seus métodos, virava-se e continuava a falar até o relógio tocar, quando Sérgio, despertando, fazia algum comentário sobre o que ouvira no início da sessão, antes de dormir, e despediam-se.
Uma vez um cliente mais exaltado, não obtendo resposta e vendo Sérgio naquela posição de pensador-esfinge, perdeu a pose e saiu do consultório batendo a porta, o que fez Sérgio acordar, perder o sono mas não a oportunidade de na próxima sessão solicitar a esse cliente uma reflexão sobre como o mesmo lidava com seus impulsos e os ganhos e perdas decorrentes, fato que o ajudou consideravelmente na solução de algumas questões.
E assim segue Sérgio com sua terapia do sono. Com algumas pessoas consegue bons resultados, com outras não, mas isso acontece também com os analistas que fazem o favor de ficar acordados. O que o incomoda é que surgiram novas perguntas sem respostas, como por exemplo, o que seus clientes falam enquanto ele dorme.
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