Muitos lutam para libertar os pobres de seus grilhões, outros agem para libertar os ricos de seus milhões! Armando foi uma dessas pessoas!
Ele tinha teorias e práticas controversas, mas acreditava que tinha pouco a perder e muito a ganhar sendo ele mesmo: pobre, preguiçoso e malandro. Para ele a vagabundagem não era só um estado de espírito, era um jeito de ser mais do que uma opção deliberada. Considerava a malandragem o último estágio na evolução humana, mas não esclarecia se era por ser a mais aprimorada ou desqualificada.
Acreditava ser fácil explicar porque no mundo havia mais pobres do que ricos: ser pobre é mais barato e mais fácil! Dizia ter nascido VIP (Very Indigent People) e não perderia sua importância. Criado num barraco em terreno de invasão, só tinha água corrente em casa quando havia enchente, fora isso era um calvário cotidiano para coletar o necessário líquido para as lides higiênicas e domésticas. Mesmo assim não perdia o humor e asseio que lhes eram característicos.
Não gostava de trabalhar para os outros, pois receber ordenado habilita a receber ordens. Preferia trabalhar para si com os outros, e assim desenvolvia as mais diversas atividades que não exigissem cumprimento de horários ou tarefas repetitivas.
Escapou do serviço militar obrigatório afirmando que ele não combinaria com armas e que a maior colaboração que poderia dar às forças armadas seria manter-se longe delas. A gritante e óbvia sinceridade ganhou a simpatia e cumplicidade do sargento responsável pelo alistamento e aturamento desta criatura por um ano e, pelo bem da pátria e de si mesmo, o militar o dispensou.
Aos 21 anos de idade desapareceu subitamente, preocupando parentes e amigos. Seu corpo só foi encontrado três meses depois, vivo, é bom esclarecer – aliás, muito vivo, se é que me entendem. De uma praia, que se recusou a revelar, voltou com o cartão de crédito estourado de um tio, e declarou ter muito caráter, o que lhe falta é memória, pois se esquecer de pedir emprestado e depois esquecer de devolver não é roubar.
Com todo este potencial para se tornar uma figura folclórica e querida, Armando faleceu aos 22 anos, enquanto ia comprar pão numa rua próximo de onde morava, atropelado por uma ambulância, mostrando como a morte pode ser tão sem graça e inútil quanto a vida.
Ele tinha teorias e práticas controversas, mas acreditava que tinha pouco a perder e muito a ganhar sendo ele mesmo: pobre, preguiçoso e malandro. Para ele a vagabundagem não era só um estado de espírito, era um jeito de ser mais do que uma opção deliberada. Considerava a malandragem o último estágio na evolução humana, mas não esclarecia se era por ser a mais aprimorada ou desqualificada.
Acreditava ser fácil explicar porque no mundo havia mais pobres do que ricos: ser pobre é mais barato e mais fácil! Dizia ter nascido VIP (Very Indigent People) e não perderia sua importância. Criado num barraco em terreno de invasão, só tinha água corrente em casa quando havia enchente, fora isso era um calvário cotidiano para coletar o necessário líquido para as lides higiênicas e domésticas. Mesmo assim não perdia o humor e asseio que lhes eram característicos.
Não gostava de trabalhar para os outros, pois receber ordenado habilita a receber ordens. Preferia trabalhar para si com os outros, e assim desenvolvia as mais diversas atividades que não exigissem cumprimento de horários ou tarefas repetitivas.
Escapou do serviço militar obrigatório afirmando que ele não combinaria com armas e que a maior colaboração que poderia dar às forças armadas seria manter-se longe delas. A gritante e óbvia sinceridade ganhou a simpatia e cumplicidade do sargento responsável pelo alistamento e aturamento desta criatura por um ano e, pelo bem da pátria e de si mesmo, o militar o dispensou.
Aos 21 anos de idade desapareceu subitamente, preocupando parentes e amigos. Seu corpo só foi encontrado três meses depois, vivo, é bom esclarecer – aliás, muito vivo, se é que me entendem. De uma praia, que se recusou a revelar, voltou com o cartão de crédito estourado de um tio, e declarou ter muito caráter, o que lhe falta é memória, pois se esquecer de pedir emprestado e depois esquecer de devolver não é roubar.
Com todo este potencial para se tornar uma figura folclórica e querida, Armando faleceu aos 22 anos, enquanto ia comprar pão numa rua próximo de onde morava, atropelado por uma ambulância, mostrando como a morte pode ser tão sem graça e inútil quanto a vida.

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