sábado, 15 de fevereiro de 2020

Bar de Cena

Existia em Barbacena (MG) o Bar de Cena (e tome rima pobre!) no início da década de 1980. O bar era famoso por sua fauna e casos pitorescos. Durou pouco menos de três anos, o que já foi o suficiente para fazer fama e deixar saudades.
O nome era explicado pelo dono da seguinte forma: ― "De cena em cena construímos o filme de nossas vidas, então quero como cenário um bar, como enredo a alegria e como coadjuvantes meus amigos!"
Era um bar pequeno e vulgar, desses feitos a partir da adaptação de uma garagem com capacidade para dois veículos um atrás do outro, com sua velha porta de metal de correr, a qual foi pintada em estilo de grafite com a figura de Chales Chaplin, e posteriormente foi adaptada por algum engraçadinho em Adolf Hitler e assim ficou, pois o dono, Cláudio Marques de Souza – conhecido pelos amigos como "Duende" e pelos inimigos por nomes impublicáveis – pensava que a voz do povo era a voz de Deus, e aquela pequena metamorfose deveria ter alguma mensagem implícita; por isso, às vezes, depois de fechar o bar, sentava-se na calçada do outro lado da rua e ficava por muito tempo contemplando a imagem enquanto fumava um cigarro de maconha ou bebia uma garrafa de vinho barato, quando não fazia ambos.
O bar localizava-se longe do centro, em um bairro pobre, onde a garagem era cercada por casas de tijolo sem acabamento e cachorros vira-latas. Ambiente pobre, mas tranquilo, sem risco de assalto para quem se animava de ir até lá a pé.
Ao entrar no bar deparava-se com duas mesas de metal vermelho da Brahma, cada uma com quatro cadeiras, dessas que as distribuidoras de bebidas emprestam sob consignação. Encostadas nas paredes mais compridas criavam entre si um corredor de entrada, onde existia um tapete de palha e tecidos coloridos trançados, formando em seu centro o símbolo de "paz e amor", que o dono ganhou de um conhecido seu que cantava e tocava violão nos garimpos do Pará para sobreviver. Seguia-se um balcão à esquerda, paralelo às paredes maiores, feito de madeira rústica e coberto em toda sua extensão de fotos do dono com seus amigos (quem quisesse poderia colocar ali uma foto sua ou de quem desejasse acima das existentes, de forma que quando o bar fechou o balcão já contava com três ou quatro camadas de fotografias). 
Atrás do balcão havia uma estante de tijolos soltos com prateleiras de madeira também soltas ostentando duas fileiras com vinte garrafas cada. A inferior era de garrafas de vidro sem rótulo e espigas de milho como rolhas, cheias de uma cachaça de origem desconhecida, nomeadas como "ligante" pelos frequentadores. A superior contava com garrafas de um vinho tinto chamado "Maravilha de São Roque", conhecido pela língua vermelha e dor de cabeça certa de seus usuários, nomeadas como "desligante". Para os que inicialmente reclamavam da pouca variedade de bebidas, respondia o "Duende" que uma pessoa não precisaria mais do aquelas duas qualidades de bebidas para ser feliz ou infeliz, filosofia que acabou por conquistar adeptos. Após o balcão, ao seu lado na mesma parede, ficava uma velha mesa de cozinha de madeira forte e escura, recoberta com manchetes de jornais que falavam apenas sobre crimes e mortes, seladas com verniz onde existia um som "3 em 1" (Rádio, fita cassete e LPs para quem não viveu essa época) com duas enormes e potentes caixas de som, orgulho maior do estabelecimento. Ao lado desse som vários vinis dos Beatles, Frank Zappa, Led Zeppelin, Rolling Stones, Deep Purple, The Doors, Pink Floyd, entre outros, pertencentes ao dono. Qualquer frequentador do bar poderia ir ao som e colocar um LP desse que desejasse. Podia-se também trazer de casa discos de sua preferência e colocá-los, passando antes pela vistoria e aprovação do dono que "tinha um nome a zelar" pela música que ali tocava. Quando se perguntava ao "Duende" por que escolher apenas manchetes desagradáveis para colocar na mesa do som, a resposta era de que elas estavam ali para lembrá-lo que era disso que ele fugia quando ouvia suas músicas. 
Após a mesa com o som existiam mais duas mesas idênticas às da entrada, e na pequena parede dos fundos existia uma janela e mais uma mesa nos mesmos moldes, sendo esta considerada a "área nobre" do bar, por se encontrar perto da porta do único banheiro, que "servia para todos os sexos" como gostava de falar o dono. Essa expressão às vezes era levada ao pé da letra, pois além de ser usado por heteros e homossexuais em todas as suas variedades de gostos e roupas, ali realmente se fazia todos os sexos permitidos pelo espaço, enquanto as pessoas do lado de fora aguardavam com impaciência ou expectativa, dependendo das circunstâncias. Mistério maior: o banheiro, ao contrário de todas as expectativas, estava sempre impecavelmente limpo e cheiroso, num misto de detergente e variados incensos que sempre estavam acessos por lá. Na parede que ficava em frente ao balcão existiam pôsteres de Mick Jagger, Janis Joplin, Jim Morrison, Jimi Hendrix, Charles Chaplin, Ghandhi, e o mago da arte interna do disco Led Zeppelin IV, todos fixados com pregos. Para completar a descrição do local, a iluminação era produzida por duas lâmpadas de 40W cada, uma na entrada, outra no fundo, ambas emolduradas por um pequeno lustre de palha, que apesar de intencionalmente fracas, em certas ocasiões ganhavam ainda panos vermelhos ou amarelos sobre os lustres, o que conferia ao local um clima ainda mais obscuro e intimista.
Era tradição do bar que no dia do aniversário de alguém, o aniversariante assinasse com um pincel atômico o nome em uma das paredes e deixasse também ali um recado. Alguns escreviam coisas sem muito nexo, outros deixavam desenhos, frases de efeito ou pequenos poemas. Uma pessoa mais exaltada, conhecida pelo apelido de "Martelo" por sua língua certeira e forte nos comentários – apesar de ser ele um tipo meio atarracado e fraco  resolveu inovar e fez as honras com seu sangue, retirado de um copo depois de um corte superficial nos dedos indicador e médio da mão esquerda, feito por um canivete com o qual andava. Após quase encher todo o copo (desses simples, "tipo americano"), usou o dedo indicador da mão direita para assinar, escrever uma pequena frase de Nietzsche e depois misturou o que restou do sangue com rum que havia trazido de casa e bebeu em um ostensivo e satisfeito gole.
O som era quase sempre alto, nos sete dias da semana. O bar abria por volta das cinco da tarde e ficava aberto geralmente até as três da manhã durante os dias de semana e até o dia raiar nos fins de semana e feriados. Local de pessoas animadas e música idem, paraíso dos desocupados e inferno dos vizinhos. Após as duas primeiras chamadas da polícia, no início do funcionamento do bar, "Duende" fez um constante e inteligente trabalho de relações públicas com os vizinhos, tendo com todos longas e diversas conversas nas horas de folga com sua voz constante e argumentos tranquilos. Explicou sua maneira de ver e sentir a vida, que a música era uma forma de libertação da alma, que no local não eram aceitas drogas (com exceção da maconha, considerava como remédio homeopático por ele). Oferecia comida e bebida grátis para os vizinhos no bar no dia de seus aniversários. Os salgados vendidos – torresmos, coxinhas, quibes e empada de galinha  vinham de quatro vizinhos diferentes, que passaram a ter interesse na permanência do bar para garantir uma renda extra (fora isso, o que tinha para comer eram porções de queijo com azeitonas, batatas fritas com queijo ou linguiça). Nas festas religiosas no bairro ajudava nos trabalhos com boa vontade e nos momentos de dificuldades, em que alguém precisava ser transportado para o distante hospital, era ele que deixava o bar aos cuidados de algum amigo para levar a pessoa e família em seu Fusca 67, teoricamente branco, na prática uma cor entre o marrom ferrugem e o marrom sujeira (nome oficial do veículo: "Valente Possante de Souza"). Dessa maneira conquistou a simpatia ou tolerância dos vizinhos que deixaram a ele e a polícia em paz.
A polícia era quem não o deixava em paz. Havia na época na cidade o temido tenente Fernandes da Polícia Militar, que durante todo o tempo em que o bar funcionou realizou várias batidas policiais com seu camburão e companheiros de farda por não acreditar que um bar daquele tipo não fosse ponto de venda ou, no mínimo, consumo de drogas. Por duas vezes prendeu clientes do bar que fumavam maconha, mas o proprietário, por sorte ou esperteza, nunca foi flagrado com sua maconha, escondida em algum local misterioso no balcão, que ninguém nunca descobriu, apesar de todos saberem que lá existia. Não sabia o tenente que "Duende" realmente não permitia dentro do bar qualquer coisa que não fosse bebida, maconha ou cigarros comuns – estes últimos, coisa que ele considerava desperdício de fumaça e pulmão  conservando seus pulmões "apenas para os hábitos mais elevados" (da maconha) como dizia. Quando alguém resolvia consumir no local cocaína ou outra droga ele primeiramente abordava a pessoa de forma rápida e educada, explicando que ali não eram permitidos o consumo de tais substâncias, e que se desejava fazê-lo, que o fizesse longe dali e depois seria bem vindo novamente no bar. Se a pessoa não concordasse com seus argumentos ele podia contar com o maciço apoio dos frequentadores que se levantavam voluntariamente de onde estavam e se postavam ao seu lado, intimidando os rebeldes. Se isso não fosse ainda o suficiente apelava para o "bom senso" (um porrete de madeira de lei com estas palavras inscritas em sua extensão, que ficava em baixo no balcão) para convencer os renitentes. Durante os quase três anos de funcionamento ocorreram apenas três brigas no bar, perfazendo uma média de uma briga por ano, porcentagem mais do que aceitável, principalmente se levarmos em consideração a exótica clientela.
Não era raro quando lá aparecia alguém levando uma guitarra, violão, bongô, gaita, saxofone ou outro instrumento de sopro e mostrava gratuitamente seus talentos, ocasiões em que se desligava a aparelhagem de som, para alegria dos vizinhos, e se dividiam vozes e sentimentos noite adentro. Às vezes pessoas também pediam autorização ao dono, desligavam o som e recitavam poemas de própria autoria ou de outros. Haviam também "debates ideológicos" que começavam bem, mas na maioria das vezes, os pensamentos terminavam diluídos em álcool, ambos com qualidade questionável, ocasião em que os palestrantes eram então convidados a ouvir os discos ou retirarem-se. Mesmo assim muitos desses debates eram realmente instigantes, principalmente os do "Grilo" e "Nuvem", este último filósofo formado em faculdade. Como ambos não bebiam, suas ideias permaneciam lúcidas, e nas ocasiões em que falavam eram realmente apreciados e argumentações interessantes surgiam, para perderem-se na poeira do cotidiano.
Foi cogitada uma disputa de ambos como forma de comemorar o primeiro aniversário do bar, mas os dois recusaram-se, pois achavam que as ideias serviam para somar na vida das pessoas, não para dividir. Foi então acertado que o primeiro aniversário do bar seria comemorado com um festival que duraria a semana toda, da seguinte forma: Segunda-feira palestra com "Nuvem"; Terça-feira show com "Cigarra" (excelente violinista e cantor); Quarta-feira sarau de poesia com os diversos inscritos, incluindo "Brisa", um poeta com ótimas poesias próprias, que já havia publicado um livro com dinheiro conseguido na venda de seus poemas em folhas avulsas, ao acaso, nos bares da cidade; Quinta-feira palestra com "Grilo"; Sexta-feira show com os diversos músicos inscritos; Sábado foi comemorado com a rodada musical onde cada pessoa traria apenas um disco de sua casa e poderia mostrar uma música no aparelho de som do bar, sendo permitido mostrar outra música do mesmo disco quando todos acabassem de também fazê-lo, o que se revelou um enorme sucesso dado o enorme número de participantes e as apaixonadas defesas de bandas e instrumentistas que se seguiram; Domingo foi reservado para o dono, que surpreendeu com uma inesperada missa dentro do bar quando de sua abertura no dia, com direito a banho de água benta para o estabelecimento e todos, única ocasião em que a casa presenciou um vinho decente, comprado por "Duende" para presentear ao padre e, após a saída do religioso, seguiu-se pouco depois dentro do bar uma sessão de umbanda com algumas recomendações de trabalhos e a respectiva benção da casa e dos presentes pelo pai de santo, que recebeu uma cachaça de excelente qualidade em sinal de agradecimento pelo dono da casa. O resto da noite foi dedicado à bebida e alegria.
Um personagem folclórico era um vira-latas da região com um pelo espesso e totalmente preto, que fazia nele uma pequena barba logo abaixo da boca. O animal, pouco depois da abertura do bar, adotou e foi adotado pelo local e recebeu o nome de "Feroz Crioulo de Souza". Ganhava todo final de noite alguns salgados de "Duende", mas era proibido de permanecer dentro do estabelecimento. 
"Duende" nunca conheceu seu pai e foi abandonado por sua mãe quando tinha oito anos de idade. Nunca mais a viu e morou com uma tia até seus quinze anos, quando esta morreu. A partir de então tornou-se um menino de rua e se virou do jeito que pôde como flanelinha e fazendo alguns bicos que apareciam. Com esforço e perseverança construiu um barraco de madeira e telhas de amianto com sala, quarto, cozinha e banheiro. "Ferozeste nome por ironia, pois era um covarde nato, apanhando de todos os outros cães das redondezas e até mesmo – vergonha maior – de alguns gatos. Talvez por se identificar com o rejeitado animal, que tanto apanhava da vida, "Duende" o adotou dando-lhe seu nome de família e nutrindo por ele um amor paternal, levando-o todos os dias para casa e trazendo-o para o bar, onde ficava pelas redondezas, vivendo suas aventuras. Dava-lhe banhos esporádicos e tinha paciência e compaixão com seus ataques de covardia, o que acabou por angariar também a simpatia e consideração dos frequentadores do bar. De vez em quando “Duende” deixava o balcão e corria atrás de algum animal ou menino que ameaçava seu protegido canino.
Se o bar é o templo dos bêbados, o balcão é seu altar! Local apropriado para o sacrifício de algum tempo aos deuses do ócio. E nesse altar encontrava-se em "Duende" um sacerdote atencioso e discreto, que nunca foi visto contando qualquer dos muitos segredos que lhe foram confidenciados ao longo de tantas noites. Apoiando ou repreendendo com discrição e respeito, com seu modo rústico e particular, ajudou a muitos naquele espaço de pessoas que investigam a noite – detetives por conta própria do acaso  sem objetivo imediato ou futuro. Local onde tudo pode acontecer, inclusive nada. Reuniam-se ali para fugir de si mesmos ou encontrarem-se através dos outros e tinham em "Duende" um anfitrião sincero em sua raiva ou amor, disponível dentro e fora das paredes do bar.
Memorável foi uma ocasião em que uma mulher com seus vinte e muitos e um homem com seus cinquenta e poucos fizeram lá sua "despedida de casados". Após dois anos de união chegaram a conclusão que seriam melhores um para o outro distantes do que perto. Convidaram alguns amigos e outros frequentadores do bar, já conhecidos, pagaram bebida e comida para todos e chamava a atenção o carinho com que os dois se tratavam. Aproveitavam a vida sem complicações, com a ambição do presente, sem maiores desgastes ou cobranças desnecessárias.
Às vezes, assim como a vida, as coisas fugiam ou pouco do controle, como no dia em que se comemorou o segundo ano de abertura do bar, em que o dono, cheio de emoção e presságios místicos embalados por muita maconha e vinho, resolveu que iria depois da meia-noite oferecer doze garrafas de cachaça e depois doze de vinho gratuitamente para todos. Isso feito, todos animados, ele resolveu repetir o feito e o fez. Depois das três horas da manhã, os presentes decidiram em assembleia revolucionária que fechariam a porta para poderem comemorar mais à vontade. Assim o fizeram e realmente ficaram mais à vontade, uma vez que uma hora depois quase todos que lá estavam, em torno de vinte pessoas, estavam nus, bêbados de paixão e tesão, comemorando em estilo pagão. Daí para uma suruba regada a vinho e música alta foi questão de tempo. Foi uma noite longa, daquelas que é melhor se recordar do que falar. Quando a festa terminou era fim da manhã do dia seguinte e o chão estava cheio de corpos, os quais foram lentamente ressuscitando conforme suas possibilidades e partindo para novas aventuras. Essa foi a única ocasião em que o dono reconheceu um porre historicamente como tal, após acordar redescobrindo a sensação de estar dentro do próprio corpo. O dia seguinte foi decretado como feriado pela população do bar.
A paixão pela vida assinou a certidão de nascimento do bar e a paixão pela mulher assinou seu atestado de óbito. "Duende" estava namorando uma mulher fazia pouco mais de um ano e decidiu acompanhá-la quando essa resolveu se mudar para uma pequena cidade no interior de Goiás. Curioso era que essa mulher só apareceu no bar em quatro ocasiões, contando o dia do seu fechamento. "Duende" dizia que no bar se dedicava aos amigos e em casa se dedicava à mulher, não gostando ou conseguindo misturar as duas coisas. Comunicou sua decisão a todos e afirmou que em exatamente um mês fecharia o bar, dando assim "aviso prévio" à clientela. No último dia de seu funcionamento, quando o dono chegou às quatro da tarde para abrir a porta do bar, muitos já estavam lá esperando-o para ajudar e homenageá-lo com presentes e elogios em prosa e música. Foi uma noite comovente, onde vizinhos e frequentadores viram lágrimas no dono e em muitos ali presentes em diversas ocasiões. "Duende" distribuiu gratuitamente todo seu estoque de bebida e comida ao longo da noite, apresentou sua mulher para os que ainda não a conheciam e às sete horas da manhã seguinte, quando ligeiramente bêbado fechou a porta do bar na presença de todos, levou consigo, além dos presentes que havia recebido, apenas as fotos que estavam pregadas no balcão, o som com seus discos, a mulher e "Feroz". Quatro dias depois, resolvidos os detalhes da devolução do imóvel – que era alugado  e das cadeiras com as mesas e geladeira, viajou e nunca mais foi visto. Deixou sua casa para um miserável vizinho seu cuja filha havia se casado fazia pouco tempo e disse que tudo que ainda estava dentro do bar deveria ser dividido entre os vizinhos do estabelecimento. Pessoas recebiam esporadicamente cartas suas na época do Natal, algumas com fotos onde mostrava-se feliz e tranquilo no meio do mato, apresentando com orgulho suas duas crias com a mulher, ou cinco herdeiros de "Feroz" com uma cadela goiana adotada.
Nesse lugar onde por algum tempo se reuniu uma legião de poetas anônimos, músicos frustrados, filósofos da vida, bêbados, boêmios, solitários e perdidos; acolhidos por um homem tosco, ingênuo e disponível a seu modo; passei parte da adolescência, fascinado com esse mundo alternativo, tão agradável quanto efêmero, aprendendo que viver é ter disponibilidade para perceber e aproveitar o momento de forma leve e livre, sem o peso das expectativas.

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